PIBID História

Primeira visita ao Colégio Estadual Amaro Cavalcanti.

          O grupo chegou ao Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, no Largo do Machado, às 15h00 de uma sexta feira. Foi a nossa primeira visita. O colégio funciona em três turnos de ensino médio.

 

                    
  

    

 

         A impressão inicial foi a beleza do prédio e dos detalhes da arquitetura. Posteriormente, em 21 de maio de 2014, num encontro casual com o historiador Paulo Knauss, que estava no CPDOC para participar de uma mesa redonda, soubemos de mais detalhes a respeito da construção e das peças que adornam o prédio do lado de fora e na parte interna.          

 

 

 

Tentamos desvendar os signos do conjunto que encimava o frontão. O primeiro andar é todo em cantaria de pedra e sobre as três portas da entrada está a inscrição em relevo: “AO POVO O GOVERNO” .

 

Dois leões em mármore ladeiam as portas de entrada e os detalhes das esculturas são muito bonitos.   [Seriam símbolos do Império?] Entramos pela lateral do prédio e chegamos a uma pequena quadra coberta e cercada por bancos de concreto. Nos dirigimos ao saguão para encontrar a diretora da escola. Essa peça é grandiosa e clara, mas a escala é agradável. Existe um bom equilíbrio entre a monumentalidade e o acolhimento.

      

As escadas, contrastadas com os outros detalhes do prédio, parecem ter sofrido uma reforma, o que foi confirmado por Paulo Knauss, na conversa que tivemos com ele posteriormente. O guarda-corpo possui losangos vazados, que imprimem um ritmo geométrico às diagonais ascendentes e descendentes. Existe uma placa dizendo que o prédio passou por uma reforma em 1937, durante a administração do interventor do Distrito Federal, Henrique Dodsworth.

Nesse saguão, há um conjunto escultórico neoclássico em mármore cuja autoria não conseguimos desvendar. Paulo Knauss, no encontro que tivemos em 21 de maio, forneceu mais detalhes sobre a escultura e seus signos.

 

 

Uma criança lê atentamente, e pousando os dedos, as inscrições sobre uma folha que uma mulher segura. A mulher acaricia levemente os cabelos da criança e, junto aos pés de ambas, estão dispostos alguns livros, um globo terrestre e um instrumento de desenho. Para Paulo Knauss, essa estátua não data da construção do prédio, já que não existe nenhum nicho para abrigá-la e que está descentralizada. Como um globo terrestre em esculturas é bastante raro, provavelmente a obra foi levada para lá pela Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, fundada em 1883,[1] que usou o prédio como sua sede.

         Perto das portas está uma vitrine com as bandeiras nacional e estadual. Na parede oposta, há um retrato do patrono do colégio, Amaro Cavalcanti.

De dentro da escola, é possível observar a praça do largo do Machado e também o jogo de cartas nas mesas de concreto.

 

     

Após esperarmos algum tempo, resolvemos procurar a sala da direção.

Passamos pela sala do grêmio, que necessita de uma senha digitada para o acesso [Quem possui senha? Quem controla o acesso ? Alguém frequenta a sala?].

A diretora não estava e ninguém sabia quando chegaria. A sala da direção trazia um cadeado.

Encontramos o professor Vitor Paulo, que passou a nos guiar pela escola. Como queríamos conhecer os arquivos, uma secretária nos mostrou a sala do arquivo permanente. Além dos arquivos em aço, havia vários monitores antigos. Abrimos algumas pastas, e os documentos eram da década de 1930, quando ali funcionou uma escola técnica. Havia um boletim, um pedido de matrícula, etc. Logo alguém começou a falar no risco de contaminação por fungos ou outra coisa. Todos concordaram sobre a necessidade de usar máscaras e proteções para o manuseio daqueles papéis, tratando de limpar as mãos com álcool. Visitamos em seguida a cozinha e o refeitório. Tudo estava muito bem cuidado e limpo. A merendeira, assim como a secretária, também foi muito simpática.

 

Subimos ao segundo andar e conhecemos a sala dos professores. Nesse horário, a sala estava quase vazia. Os armários dos professores estavam com adesivos de vários matizes.

 

 

Pensamos em visitar a biblioteca, mas estava trancada. Alguns livros ficam em estantes na entrada, do lado de fora. A escola estava muito tranquila, era um horário de aulas e não havia muito ruído. Passamos por uma sala de aula bem escura, próxima a uma cobertura. Numa sala de aula de frente para a praça, prosseguimos a nossa conversa com o professor.

A sala recebe muito ruído do trânsito do largo do Machado, mas tem um pé direito alto e é muito clara. O professor observou que as carteiras estavam em desalinho e que, se fosse iniciar uma aula, não o faria sem antes arrumar as fileiras. Passou a descrever o modo como percebe o caráter dos alunos. Disse que, ao se aproximar, pode sentir a “energia”. Usou algumas metáforas de guerra ao falar de sua relação com os alunos e, disse que inicialmente se apresenta com um escudo e uma lança, os quais, aos poucos, depõe. Contou que na aula anterior havia tirado um aluno de sala, para ele se acalmar. Descreveu os turnos, disse que as aulas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) convivem com o curso regular noturno. Chamou o EJA diversas vezes de “supletivo”. Quando perguntado sobre o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), afirmou que não sente uma dedicação especial dos alunos que farão essas provas. Disse que apenas alguns se importam realmente. Enquanto conversávamos, as aulas continuavam nas duas salas ao lado.