Primeira visita ao Ceac

Data da atividade: 

14/03/2014
  • Caderno de campo

Autor: 

  • André Ramos Ielo

É preciso esclarecer, antes de escrever as minhas observações, que a visita ocorreu no dia 14/3/2014, numa sexta-feira, por volta das 3 horas da tarde. E que essa visita ocorreu de forma superficial, não vimos todas as salas e os espaços disponíveis aos alunos e à administração, faltando visitar a biblioteca, as salas de vídeo, entre outras, que se encontravam trancadas.

Mesmo assim se percebe algo que provavelmente é tão importante quanto o que havia dentro das salas: o que era exposto fora delas. É necessário dar uma atenção especial aos murais presentes nas paredes do colégio; foram neles que percebi o que podem ser algumas características fundamentais para se iniciar a compreensão do meio em que os alunos, professores e administradores se encontram, assim como a eficácia dos métodos utilizados pelo corpo docente na educação dos alunos – ao menos do meu ponto de vista.

PRIMEIRA OBSERVAÇÃO: O ESPAÇO.

Surpreendentemente, o ambiente era muito limpo, bem diferente do que os meus preconceitos acerca de colégios públicos esperavam encontrar, além de estar aparentemente organizado e sem a presença de tumultos causados pelos alunos.

A presença de grades nas janelas e dentro dos próprios corredores, de ambientes mal iluminados, paredes monocoloridas, corredores estreitos e a falta de espaços de convivência social mais adequados para os alunos, somando-se ao policial militar que guardava a entrada, que também estava fortemente gradeada, dá ao colégio um ar prisional. O sentimento que o ambiente transfere não é positivo ou convidativo; não acho que isso chegue a diminuir a capacidade de aprendizado, mas com certeza não ajuda a estimulá-la.

SEGUNDA OBSERVAÇÃO: NOTAS.

Ao analisar os quadros em que ainda havia alguma matéria escrita, notei que estavam organizados e, à primeira vista, corretos; o que me fez estranhar a tabela de notas que vi em outra sala no terceiro andar. Lá, as notas, em média, não passavam de 5 ou 6, e uma grande parte dos alunos tinha ficado de recuperação, sendo que essas notas de recuperação não passavam de 6 ou 7. Se os professores parecem expor de maneira adequada a matéria, por que os alunos tiram notas tão baixas? Parece-me que o problema pode estar no método de ensinar, ou que as matérias que vi nos quadros eram uma exceção, e que a maioria não expõe de maneira adequada as informações. De qualquer modo, a incidência de notas 5 ou abaixo de 5 é elevada, e o número de “em recuperação” também é alarmante, mas parece-me que só tiram notas 6 e 7 nas provas de recuperação e não nas normais. Será que a necessidade de passar os fez estudarem com mais esforço? Ou será que foram aplicadas provas mais fáceis? É preciso aprofundar essa questão com mais informações, principalmente através dos arquivos de boletins dos alunos nos últimos anos, assim como o método de aprovação adotado pelos professores. Creio que o problema está mais no método do que na ignorância dos alunos e/ou professores.